Quando o aluno tem um comportamento inadequado, muitas vezes é difícil conversar com os responsáveis sobre o assunto.
Já tive variadas situações em que tive que conversar com os pais, desde as mais usuais, como quando o aluno NUNCA termina a lição, até as mais inusitadas quando tive uma aluna de seis anos que teimava em ter comportamentos inadequados, do tipo sensuais com os meninos.
A escola é um ambiente que requer certo comportamento e cuidamos ao máximo para que tudo fique bem, mas quando é necessário chamar os responsáveis, precisamos ter alguns cuidados. Veja a seguir:
Um erro comum cometido nessas situações é ficar tenso ou ficar formal ou ainda ficar extremamente sério ao falar com os responsáveis.
Esse tipo de comportamento causa uma barreira instantânea entre os responsáveis e o professor, antes mesmo que o assunto principal seja tratado.
Procure ser amigável, ter uma conversa leve antes de começar o assunto mais delicado.
O propósito de sua reunião com os pais é, na verdade, informar. Se o comportamento foi inapropriado, somente informar o fato já causará o efeito desejado. Mantenha pensamentos, opiniões e conselhos para você mesmo. Compartilhar pensamentos e opiniões próprias não ajuda. Se, no entanto, os pais ou responsáveis pedirem sua opinião, dê de maneira profissional, sugerindo como resolver o problema. Sempre pense antes em algumas possibilidades. Dar possibilidades mantém o profissionalismo pedagógico.
Ao informar, atenha-se ao fato que ocorreu e o levou a chamar os responsáveis. Não deixe de mencionar nada, mas também não adicione informações. Diga somente o que você sabe ser verdade, deixando rumores e fofocas que ocorreram na ocasião de lado.
Um engano comum que muitos professores fazem é ter uma atitude do tipo “o que você vai fazer a respeito?” quando falam com os pais. É quase como se esperassem que os pais estivessem certos e pudessem garantir que não acontecerá novamente. Tente não tratar desta forma o assunto.
Um dos princípios de estudos sobre gerenciamento de sala de aula é nunca tomar para si os comportamentos inapropriados. Esse fato de que o comportamento é do aluno e os pais devem ser informados é o correto, quando não resolvido em sala de aula.
Use, inclusive, recursos próprios ao reportar, do tipo “Este comportamento tem afetado a aprendizagem dele”. Seja direto e objetivo! A verdade e objetividade sempre são úteis e influências perfeitas para usar com os pais.
Depois de explicar o fato que trouxe o comportamento inapropriado, conte para os pais como a escola ou você ( o professor ) estão lidando com o problema. Deixe claras as regras escolares e de que forma o aluno as violou. Deixe claro que vocês estão fazendo sua parte para resolver o problema.
Essas são dicas que certamente ajudam bastante quando tratamos de assuntos desagradáveis com os pais, mas, como tudo, o professor deve conversar e usar as dicas com atitude de confiança.
Quando seguimos protocolos, não há o que temer na conversa com os pais. Certamente será uma conversa que não gerará reclamações ou insatisfação. Pelo contrário, a intenção é gerar uma boa impressão e o compromisso de fazer algo pela criança e auxiliar a escola com o aluno.
Espero que tenha gostado do artigo! Até a próxima!
6 respostas
Muito oportuna sua postagem!
Tem um tipo de situação que está muito frequente atualmente, é que quando os pais, ao serem chamados pela escola, dizem que já não sabem mais o que fazer com a criança. Isto me deixa muito triste e consternada, pois é como se desistissem do próprio filho!
Deixo claro até onde a escola pode agir, e mais, enfatizo que serei professora da criança apenas naquele ano, mas que será filho deles por toda a vida, e que precisam de dedicar para ajudá-la!
Muitas crianças não têm o suporte que precisam para conseguir superar seus problemas, como psicólogo e outras especialidades médicas, (trabalho em periferia, e temos todos os tipos de casos…), e poucos são os pais dispostos a encarar a tarefa de educar seu filho e reconhecer que precisam de ajuda!
Olá, Ana Luísa!
Realmente é uma situação difícil e foi muito bem-vindo seu comentário. Gostei muito de sua colocação e fico contente que tenha gostado do assunto!
Encontrar maneiras de auxiliar os pais, com informações, muitas vezes ajudam bastante a criança e a família. É importante, contudo, que eles estejam prontos a atender às necessidades da criança em relação à educação!
Gostaria De saber Se a diregora pode falar sobre o comportamento de um aluno na frente de um monte de gente ou só com os pais. Isso aconteceu comigo.
Olá, Mayra
Não poderia responder, pois não estava na situação que passou. Primeiramente, precisaria saber o que ocorreu e qual é a visão tanto da diretora quanto dos envolvidos, para poder analisar o comportamento. Algumas coisas não podemos deixar passar e outras são tratadas em particular. Como não explicou a situação, é impossível julgar, pois além de não estar presente, não tenho informações suficientes para opinar algo. Se eu lhe dissesse que é certo ou errado estaria assumindo eu mesma um COMPORTAMENTO INADEQUADO.
Antes de julgar qualquer coisa, é preciso saber do que se fala e analisar todas as partes.
Oi. Eu e o pai de uma coleguinha do meu filho chegamos, ao mesmo tempo, na porta da sala para buscar nossos filhos (5 anos). A professora disse que tinha que me contar um fato desagradável e não hesitou em fazê-lo diante do pai que estava ali, esperando sua filha. O fato era que meu filho havia abaixado as calças, juntamente com mais três meninos, na hora do parquinho. Fiquei nervosa…não sei se mais brava com meu filho ou com a professora…
Olá, Eduarda
Cada pessoa lida de forma diferente com situações cotidianas – especialmente escolares. Não poderia opinar sobre ser ou não correto, pois não estava no momento do ocorrido e também não ouvi a versão da professora, que pode ser diferente. Quando um fato ocorre, fica gravado em nossa memória não da forma como ocorreu, de verdade, mas com intervenção de emoções. A emoção deturpa muito os fatos e isso é algo normal e que irá ocorrer sempre. O fato de estar nervosa pode tê-la feito visualizar a cena de modo diferente e ficou marcada dessa forma… é um pouco complicada a parte psicológica da memória, não sei se está bem claro, mas basicamente é isso.
No caso, sugeriria que conversasse com a professora expondo que quando tivesse algo a falar sobre seu filho, se poderia fazê-lo em particular, pois se sente incomodada que outras pessoas possam ouvir, ou que prefere ser particular porque diz respeito somente ao seu filho e fará o possível para ajudar em uma solução.
Há várias maneiras de lidar com situações professor/ pais, mas a melhor é sempre o diálogo “na boa”, com objetivo final de auxiliar na aprendizagem do aluno.